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Mostrando postagens de junho 10, 2011

A antiguidade da gente

Talvez não seja absolutamente necessário acostumar-se às paisagens, digo não necessário, mas natural, e isso acaba ocorrendo mesmo quando não se deseja. Penso no terreno baldio, nas casas que cercam, nas vizinhas e nos vizinhos, no choro do menino, nos pássaros e no som dos motores que cortam a avenida em direção ao centro da cidade, e penso também que nada disso integrava a paisagem de ontem e que talvez não faça parte da de amanhã, penso que logo ao chegar esse carnaval de vida estranha atiçava a gente, provocando também uma porção bem boa de tristeza. E o curioso nasce mesmo dessa disposição contrária presente em qualquer coisa, duas forças morando o corpo, duas vontades indispondo-se em um mesmo rancho de sentimentos. Uma que quer ir, outra que deseja voltar. Quando cheguei aqui, quis voltar imediatamente. Logo descobri: era a paisagem, essa coisa abominável que me assusta de tão desigual que é, que repele o que trouxe, condena o feito, o possuído, uma paisagem em riste, belige