E o sonho era assim. Viajava sozinho pra uma cidade fora do país com o cartão de crédito emprestado de outra pessoa. Chegava lá, embarcava no metrô e ia a um local que agora não lembro ao certo, mas que parecia um museu. Nesse museu que não era museu, havia uma mesa, e nessa mesa os pratos estavam postos para um jantar ao qual eu tinha sido convidado por alguém desconhecido. Aparentemente, um dos outros presentes era ninguém menos que Mario Vargas Llosa, que em princípio não deu trela para a minha participação anônima naquele acontecimento festivo cujo objetivo não estava claro pra mim nem pra ninguém. Até que, lá pelas tantas, o Vargas Llosa, que estava numa cadeira de rodas, se irrita profundamente com algo que eu fiz ou disse, não sei direito, apenas que o escritor só não se pôs de pé porque enfim não podia. Exaltado, o peruano exige minha prisão a alguém próximo. Uma discussão começa, eu retruco, tento manter a calma, mas as circunstâncias – sozinho numa cidade di
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)