Levei uns minutos olhando as fotos do aplicativo do avatar mágico, que transforma retratos pessoais em replicantes, personagens futuristas, elfos caboclos, cavaleiros de um mundo pós-apocalíptico e por aí vai. Enfim, toda sorte de cenários imaginados, quadros retocados, corpos melhorados e superfícies aplainadas em troca de uns poucos dados pessoais, depois armazenados e, segundo a empresa, descartados. Não fiz a experiência, porque custa algum dinheiro, mas fiquei espantado com o resultado espalhado pelas redes sociais, alguns prontamente adotados como nova foto do perfil, numa aceitação geral cujo sentido era mais ou menos o mesmo: isso aqui é arte. O estupor em si aponta que há algo na relação entre público e fotos que se situa numa outra escala, tem outra qualidade. O trabalho da inteligência artificial surpreendeu não porque se trata do primeiro aplicativo de edição de fotos, porque não é, mas porque faz o que se imaginou que uma IA não faria: arte. Uma arte que lembra as pintur
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)