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Mostrando postagens de dezembro 4, 2022

Avatar mágico

  Levei uns minutos olhando as fotos do aplicativo do avatar mágico, que transforma retratos pessoais em replicantes, personagens futuristas, elfos caboclos, cavaleiros de um mundo pós-apocalíptico e por aí vai. Enfim, toda sorte de cenários imaginados, quadros retocados, corpos melhorados e superfícies aplainadas em troca de uns poucos dados pessoais, depois armazenados e, segundo a empresa, descartados. Não fiz a experiência, porque custa algum dinheiro, mas fiquei espantado com o resultado espalhado pelas redes sociais, alguns prontamente adotados como nova foto do perfil, numa aceitação geral cujo sentido era mais ou menos o mesmo: isso aqui é arte. O estupor em si aponta que há algo na relação entre público e fotos que se situa numa outra escala, tem outra qualidade. O trabalho da inteligência artificial surpreendeu não porque se trata do primeiro aplicativo de edição de fotos, porque não é, mas porque faz o que se imaginou que uma IA não faria: arte. Uma arte que lembra as pintur