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Mostrando postagens de maio 28, 2013

Habitante do bloco K

Embora guarde lembranças boas (porque nele nos debulhamos ao recordar parentes e amigos) e ruins (porque lamentamos a perda irreparável), um cemitério não deixa de ser um lugar interessante, se não pela carga emocional de que se reveste, ao menos pela forte presença de traços da conduta humana só encontrados em logradouros assim. Mais interessante que isso, porém, é a arena física, a disposição, a geometria, as subdivisções e classificações, o senso de aproveitamento do espaço, as regras, a paleta de cores e demais atributos que o caracterizam. Apesar de dar a acolhida final aos que amamos, o cemitério foi feito para quem está vivo – supondo, claro, que os mortos não confraternizem nem se prestem homenagens póstumas. Um cemitério abriga não apenas homens dedicados a regar flores ou a preparar a argamassa que vedará túmulos. Enquanto trabalhadores fazem pequenos consertos, podam árvores e caiam muros, deixando tudo o mais agradável possível para que as pessoas vivas visi