Escrevo antes da festa, madrugada alta, computadores ainda iluminados. Uma chuva que bateu e já foi, abrindo caminhos na sexta que é também ela o começo de um quê. Depois vem o sábado e adiante o domingo, enfileirados, casal indistinto. Dele jamais se sabe, dela menos ainda, de modo que as horas do início se embaralham. Lembro quando o tempo era outro. Lembro do bloco e da rua apinhada e na rua desse momento em que bebi além da conta e dancei talvez certo de que ensaiava comigo um passo torto cujo ritmo aprendi. Desaprendi. Tornei a aprender, e agora sei de mim tanto que tento me fazer caber dentro desse corpo. Agora começa tudo de novo, as horas inaugurais feito uma corrida espacial, gente que se encapsula e é atirada num módulo lunar para muito depois de qualquer fronteira. Carnaval de projetar-se ao mais distante. De andar a esmo, vadiar, deixar-se aceso para mais de cinco horas, empenhados que estamos sempre em descer ao de dentro e em seguida voltar trazendo de lá restos de e
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)