Tinha cinco ou seis minutos antes do fim, após o que levantaria da cadeira, tomaria banho e vestiria a roupa para o trabalho, uma jornada de cinco ou seis horas ao longo das quais cumprimentaria cinco ou seis pessoas mais efusivamente e as demais com um aperto de mãos ou até um abraço, mas não tão apertado. Passado esse tempo curto, cinco ou seis minutos, nada mais que isso, desligaria as conexões com o mundo, andaria pela calçada no fim da tarde por menos de uma hora e observaria mudanças no tempo sem reduzir o passo. O ritmo é sagrado, dizia a si mesmo. Caminhar no mesmo ritmo leva a muito longe. A qualquer lugar. Então foram cinco ou seis objetos pendurados na copa de uma árvore perto da oficina mecânica onde trabalha um velhinho escuro que está sempre apertando parafusos com uma expressão que não é enfado, mas alegria. Cinco ou seis dias sem comer nem beber - conseguiria? Presumiu que não, um desafio e tanto. Melhor passar. Não se impunha nada que não pudesse ho
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)