Ontem, ainda ontem dei entrevista. Perguntaram-me de que maneira conciliava a faculdade e a vida de escritor. Sugeri nova pergunta: como conciliar a bebedeira e o trabalho? Não tenho vida acadêmica há pelo menos cinco ou seis anos. E o que chamam Vida de Escritor, que não é aquele livro do Talese, é algo que digo “Sinceramente, passei pela calçada mas não vi”. Porque não sei ser escritor. Sei escrever, e mal, gosto de escrever, e mal. Não quero tempo sobrando, quero compromissos e agenda apertada. Nenhuma obra de vulto. Quero vultos na cozinha. Nenhum volume, mas livrinhos finos cheios de mim. Não quero ser assim. Quero ser jornalista. Profissão digna, digna. Bonita, ainda que cheia desse tipo mentiroso. Nem sei se quero mesmo continuar escrevendo. Mas é que o batuque é tão... Apazigua a minha alma. E ler é tão... Gosto, levo adiante. Mas poderia viver sem. Não vivo sem suco de caju. Sem literatura, sim. Sem escrever, não. Vários dias atrás, estava sem internet, doente, desvalido. E se