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Mostrando postagens de fevereiro 27, 2018

Precisamos falar sobre a Tupperware

E, pra completar a tríade doméstica, outro dia escrevo sobre as Tupperware, que estão para a louça suja como o banheiro está para a casa. Sou bom com louças e talheres. Gosto de lavar. Faço tudo devagar, dedicando a cada faca e garfo uma paciência infinita. Ensaboo com cuidado, enxáguo e depois coloco no escorredor. Mas nada me tira mais a paciência que uma Tupperware e sua dupla flexibilidade. Primeiro, de material. O plástico, sempre mole, dobra à força da mão, o que me obriga a usar mais energia pra deixar limpo algo tão insignificante, suficiente apenas pra uma porção de purê de batata ou feijão. Segundo, a natureza do plástico, que é refratária ao detergente.  Dos compostos de que são feitos os utensílios domésticos, o plástico é certamente um mau-caráter. Não porque polui o ambiente, mas porque, mesmo depois de três ou quatro lavagens, continua oleoso, suas beiradas ou tampas sempre escondendo algum resto de comida.  Sua sujeira não sai tão fácil. As máculas do

O caso do banheiro

Tenho um amigo que acaba de se casar e mudar. Uma dupla revolução: primeiro, saiu da casa da mãe depois de 35 anos sob as asas da matriarca.  Depois, casou. Duas coisas muito grandes na vida de qualquer pessoa. Então, há pelo menos três semanas que temos conversas frequentes sobre condutas domésticas. Falamos basicamente sobre itens de limpeza,  banheiro, cozinha, o melhor lugar pra mandar instalar um ar-condicionado, as dificuldades embutidas na aplicação de um papel de parede, a guerra fria por trás da roupa suja e por aí vai. Pequenas querelas que temperam a vida a dois. Vejam o caso do banheiro, por exemplo. Sempre evitei esse lugar da casa quando se trata de faxina. Se posso escolher, fico com quartos e corredores, além da varanda. Mas não o banheiro. Nunca o banheiro. Jamais o banheiro. Por quê? Muita gente fala que o sorriso é o espelho da alma. Mentira. É o banheiro. É lá onde se concentram nossas virtudes e impurezas, nossas fragilidades e fortalezas. No banhe

A parte que falta

Agora que deixei de lado o Facebook, tentei usar o tempo que sobra pra fazer coisas boas, tipo ler mais ou ver mais filmes. Dois dias depois, só tinha conseguido rir desse vídeo da Jout Jout e começar uma nova série que me deixa triste pra caralho porque o protagonista está tão na merda quanto eu. A mudança de algoritmo do FB foi determinante pra tudo isso. Menos Síria e notícias sobre Trump, mais amigos em aniversários ou bolando com seus filhos e PETs na sala de estar. Sobre isso, um parêntese: não sei se é impressão minha, mas filhos e PETs são cada vez menos diferentes. Uma petização da criançada e sua contraparte, a infantilização dos bichos. Meninos criados como gatos de estimação, cachorros como crianças mimadas. Resolvo sair do FB pra dar uma volta, mas olho em volta e não acho nada.   Caio no vídeo da Jout Jout. É como tropeçar na rua e entrar de cabeça num bueiro de algodão doce. Sério nos primeiros segundos. Simpatizo com a fatia de pizza rolando. Depois gar