E, pra completar a tríade doméstica, outro dia escrevo sobre as Tupperware, que estão para a louça suja como o banheiro está para a casa. Sou bom com louças e talheres. Gosto de lavar. Faço tudo devagar, dedicando a cada faca e garfo uma paciência infinita. Ensaboo com cuidado, enxáguo e depois coloco no escorredor. Mas nada me tira mais a paciência que uma Tupperware e sua dupla flexibilidade. Primeiro, de material. O plástico, sempre mole, dobra à força da mão, o que me obriga a usar mais energia pra deixar limpo algo tão insignificante, suficiente apenas pra uma porção de purê de batata ou feijão. Segundo, a natureza do plástico, que é refratária ao detergente. Dos compostos de que são feitos os utensílios domésticos, o plástico é certamente um mau-caráter. Não porque polui o ambiente, mas porque, mesmo depois de três ou quatro lavagens, continua oleoso, suas beiradas ou tampas sempre escondendo algum resto de comida. Sua sujeira não sai tão fácil. As máculas do
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)