E, pra completar a tríade
doméstica, outro dia escrevo sobre as Tupperware, que estão para a louça suja
como o banheiro está para a casa.
Sou bom com louças e talheres. Gosto
de lavar. Faço tudo devagar, dedicando a cada faca e garfo uma paciência
infinita. Ensaboo com cuidado, enxáguo e depois coloco no escorredor.
Mas nada me tira mais a
paciência que uma Tupperware e sua dupla flexibilidade. Primeiro, de material. O
plástico, sempre mole, dobra à força da mão, o que me obriga a usar mais
energia pra deixar limpo algo tão insignificante, suficiente apenas pra uma
porção de purê de batata ou feijão.
Segundo, a natureza do
plástico, que é refratária ao detergente.
Dos compostos de que são feitos os utensílios domésticos, o plástico é certamente um mau-caráter. Não porque polui
o ambiente, mas porque, mesmo depois de três ou quatro lavagens, continua
oleoso, suas beiradas ou tampas sempre escondendo algum resto de comida.
Sua sujeira não sai tão fácil. As máculas do plástico não são tão evidentes. É
como se dissesse: eu sou assim, e pronto. Diferentemente de uma panela de
alumínio ou de uma frigideira com teflon, a Tupperware parece estar ali para
ajudar. Mas são os grandes inimigos de uma casa. Evite.
Isso eu também disse ao amigo recém-casado, que levou esse conselho e o do banheiro e os submeteu a sua grande matriarca. "Meu filho, o Henrique tem razão", ela disse.
Eu sabia que tinha. Já morei em doze casas em doze bairros diferentes de Fortaleza. Sei do que estou falando.
Isso eu também disse ao amigo recém-casado, que levou esse conselho e o do banheiro e os submeteu a sua grande matriarca. "Meu filho, o Henrique tem razão", ela disse.
Eu sabia que tinha. Já morei em doze casas em doze bairros diferentes de Fortaleza. Sei do que estou falando.
Comentários