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Mostrando postagens de novembro 5, 2021

Sofrência

  Foi só depois da terceira festa no já distante 31 de dezembro de 2016 que me convenci de que havia algo ali que não apenas o frisson habitual em torno de um hit de fim de ano. Pela milésima vez, ouvia a voz esganiçada da dupla mato-grossense Maiara e Maraísa esgrimindo versos indecorosos como "E na hora em que eu te beijei/ Foi melhor do que eu imaginei", da canção "Medo bobo", ou os da prematuramente clássica "10%", cuja letra narra em tom realista a derrocada física e psicológica de uma mulher apaixonada: "Tô escorada na mesa/ Confesso que eu quase caí da cadeira/ E esse garçom não me ajuda, já trouxe a 20ª saideira". Uma mulher. Bêbada. Apelando ao esteio de uma mesa de bar a fim de evitar a queda definitiva. Amparando-se na cumplicidade do garçom, esse personagem que habita o imaginário etílico masculino, de modo a não degringolar de vez ("Garçom, troca o DVD/ Que essa moda me faz sofrer/ E o coração não 'guenta"). Houve um te