Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de agosto 7, 2009

Medo da queda, do baque surdo da queda

Um dia a personagem amanheceu desejando convencer-se de que estava mal, mal das pernas, dos nervos, mal da boca, do peito, mal dos braços, mal dos sonhos, mal dos lábios, do pescoço, mal do umbigo, das coxas, dos pés, mal das costas. Mas não conseguiu. Não de todo, porque amar é realmente difícil, nem todos amam e, entre os que amam, há mesmo aqueles que se desperdiçam, se distraem enquanto o amor, esse sentimento volátil, esse sentimento concreto mas volátil, concreto, volátil mas também caprichoso, esse mesmo sentimento chamado enigmaticamente amor dobra à esquina procurando outro endereço. Então, por ser triste, por querer ser triste, por não querer mas ser triste ainda assim a contragosto e também por ler tanto e tão depressa e aspirar ardentemente a qualquer condição que a possa fixar para sempre num sopé de pedestal, ela acorda e se programa para ser alegre Mas só consegue enlutar-se. Só há o rastro cego dos dias, as roupas sujas, a alegria da família, o curso superior, o namorad