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Mostrando postagens de setembro 9, 2017

Engolir furacões

Antes de dormir, depois do fim do mundo, pensei que morreria se os furacões chegassem ao Ceará e os ventos de 260 km/h atingissem o prédio velho onde moro. É uma construção de trinta anos com pequenas rachaduras aqui e ali, ainda muito firme mas não o bastante pra que eu pegue no sono sem me preocupar com a queda. Então fiquei olhando o celular e no celular vi uma imagem de três olhos se formando no mar do Caribe. Eles andavam em direção contrária à nossa, quer dizer, subiam rumo aos EUA, deixando a gente pra trás, isso se levarmos essa história de orientação dos mapas a sério. Mas e se um deles quisesse voltar, se um desistisse, se um se atrevesse a surpreender, se entendesse que, para se diferenciar, o melhor seria devastar uma região cuja população jamais sonharia em ser acordada por rajadas furiosas às seis da manhã? Foi pensando nisso que adormeci, foi pensando no fim do mundo e em todo o fim possível, o fim da vida, o fim da cerveja, o fim do cigarro e dos livro