H, meu amigo, não vá por aí, tampouco por aqui. Qualquer direção precipita o dito, e toda escolha é também o fim da linha. Conheço você há tempo suficiente pra entender que tem evitado tudo isso por uma razão que talvez não entenda. Não é brincadeira, H, viver não é preciso. Lembra da foto na praia? Então. Aquilo também mexeu comigo, também me fez tremer um pouco, sobretudo agora nesse período de festas e coisas tais que nos colocam meio tristes. Já pensou na tristeza que é uma árvore de Natal, por exemplo? Um rosário com bolinhas de neon na entrada do prédio? Tudo tão enfeitado, tão excessivo, inflacionado. H, meu irmão, meu alter-ego, minha sombra na qual projeto tanto de medo e de coragem, tanto de amor e de vida. Não se canse, não se renda, não se amole com essa conversa de que as coisas passam. Nada passa, H. Tudo é permanência. Outro dia li uma carta que você escreveu a um amigo que não pediu sua opinião, mas, como contigo é sempre assim, um eterno i
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)