Não sei exatamente o quê, mas algo no Facebook é imoderamente irritante. O festival de fotinhas que pipoca dos gadgets flagrando momentos candentes do dia a dia? Os comentários que se seguem a qualquer gesto gratuito ou frase pretensamente motivadora? O excitante brilho plástico da vida alheia? O afinco gasto na promoção da fita cinematográfica da qual cada um é protagonista em desesperado monólogo? A escassez de opções de interação? Afinal, estamos falando de um modelo de gestão de amizades, negócios, contatos etc. cuja estrutura nos permite duas coisas: curtir e comentar. Ia esquecendo, há cutucar também. Curtir, cutucar e comentar, eis a questão. Consomem-se horas por dia indo-se de um lado a outro, ora comentando, ora cutucando, ora comentando e cutucando ao mesmo tempo. Qualquer coisa é passível de ser curtida. Fotos dos netos, um pensamento solto, uma música, o que faremos no dia seguinte, um aviso importante (hoje tem True Blood , gente!), um vídeo, um aniversário
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)