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Mostrando postagens de novembro 22, 2009

ABsolutamente nada

Duas coisas. Ter obrigações é chato. É verdadeiramente doentio. PARÊNTESES: estou no tempo dos advérbios. Só agora descobri: têm uma função belíssima na língua portuguesa. Dão ares de profundamente, de absolutamente refletidos. Ares, ares. São ares. Talvez não digam nada quando enfileirados. Seguidamente. Adverbiais. Acordar no mesmo horário. Dormir sempre no mesmo horário porque no dia seguinte você deverá levantar às 5h30, apanhar o ônibus que passa às 6h45. Finalmente, chegar ao trabalho às 7h30. Doentio. Absolutamente. Depois, talvez nada pudesse funcionar direito, sem grandes erros, se fosse diferente. Se não tivéssemos obrigações. Por ora, por ora. Quero depredar residências. Lembrando: amanhã recomeça tudo. Tudo. Tudo. Tudo bem, vamos lá.

De modo que...

Nem sempre o domingo é engraçado. Quase nunca é. Pode ser cansativo, exaustivo mesmo, mas jamais engraçado. Hoje não seria diferente. Principalmente quando: 1. Você acorda, prepara café, toma banho, veste-se. Bebe o café, come alguns biscoitos. Depois, lembra que, um dia antes, enquanto olhava o interior da garrafa como se procurasse ali respostas para todas as perguntas que açoitam a raça humana - existe água na Lua? Por que o Coiote nunca conseguiu capturar o Papa Léguas? -, ela havia adivinhado o manual. Molhado. Aos pedaços. Ainda cheirando a café. 2. Enquanto se prepara para sair, caminhar um pouco, ouvir os barulhos de uma rua sem movimento num domingo de novembro, um sexto sentido enferrujado vomita a informação: você não está só. No topo do edifício vizinho, um urubu sorri. Sacode levemente as asas. Venta bastante. De modo que ele balança pra lá e pra cá. Penso que vai cair. Não cai. Vou embora. O urubu permanece imóvel. Sendo assim, melhor dar tudo por encerrado. Voltar pra c

LISTAS, LISTAS, LISTAS

Se é pra dizer... ME SINTO lento. Lentamente, movimento braços e pernas. Caminho sem pressa. Penso devagar. Não sei o que é. A alimentação é a mesma. Menos leite, mais café, menos suco, mais macarrão. E uns biscoitos de coco bem doces. Exatamente os mesmos que comia quando era criança. Sentava de frente para a televisão esperando o desenho animado. Encostava o copo com leite no chão, amassava os biscoitos com a colher. E comia tudo. Sem internet. Sem leituras no domingo. Mais livros. Acho que é isso. Umberto Eco nos diz: fazer listas equivale a tentar enganar a morte. Quero listar as coisas que me incomodam no momento: a faculdade, o jornalismo, a literatura. Três coisas. E uma outra: a pessoa. Das quatro, detestar a pessoa é a que mais me surpreende. Porque tem a ver diretamente comigo. É pessoal. Uma diatribe que tenho. Sendo claro, evidente: você é uma linha, uma curva. Você é qualquer coisa. Quer rearranjar essa coisa que é você, mas não consegue. Pergunta-se: posso? Eu realmente p