Se é pra dizer... ME SINTO lento. Lentamente, movimento braços e pernas. Caminho sem pressa. Penso devagar. Não sei o que é. A alimentação é a mesma. Menos leite, mais café, menos suco, mais macarrão.
E uns biscoitos de coco bem doces. Exatamente os mesmos que comia quando era criança. Sentava de frente para a televisão esperando o desenho animado. Encostava o copo com leite no chão, amassava os biscoitos com a colher. E comia tudo.
Sem internet. Sem leituras no domingo. Mais livros. Acho que é isso. Umberto Eco nos diz: fazer listas equivale a tentar enganar a morte. Quero listar as coisas que me incomodam no momento: a faculdade, o jornalismo, a literatura.
Três coisas. E uma outra: a pessoa.
Das quatro, detestar a pessoa é a que mais me surpreende. Porque tem a ver diretamente comigo. É pessoal. Uma diatribe que tenho. Sendo claro, evidente: você é uma linha, uma curva. Você é qualquer coisa. Quer rearranjar essa coisa que é você, mas não consegue. Pergunta-se: posso? Eu realmente posso modificar esse desenho feito de mim?
Todos acham: sim, você pode. Sequer levam em consideração o fracasso pessoal que carregam diariamente.
Preciso reler e pensar seriamente. Pensar nisso. No que está dito. Mas, como se trata de texto sem compromisso, rápido, feito exclusivamente pra internet e sem pretensões de se perpetuar no cânone ocidental, fico tranqüilo. Vou almoçar.
Antes, digo: estou lendo. Nem sei explicar direito. Novamente, recorro a Eco, que diz: fazemos listas porque não sabemos explicar as coisas. E cita como exemplo o caso dos cientistas que levaram 80 anos – quase a idade da minha avó – para definir um ornitorrinco – e não conseguiram. Como saída, listaram as características do animal: terrestre, aquático, põe ovos, mamífero.
Do que se depreende: mesmo as listas são incapazes de explicar o que quer que seja. No máximo, mostram um lado, mas nunca “o que é”. Para ele, “o que é” está errado. Devemos parar de procurar “o que é”. Constitui parte da filosofia escolástica, superada pelas ideias renascentistas.
Agora, preparo uma lista de compras. E uma outra, cujo objetivo verdadeiro é listar as coisas que precisam de listas.
E uns biscoitos de coco bem doces. Exatamente os mesmos que comia quando era criança. Sentava de frente para a televisão esperando o desenho animado. Encostava o copo com leite no chão, amassava os biscoitos com a colher. E comia tudo.
Sem internet. Sem leituras no domingo. Mais livros. Acho que é isso. Umberto Eco nos diz: fazer listas equivale a tentar enganar a morte. Quero listar as coisas que me incomodam no momento: a faculdade, o jornalismo, a literatura.
Três coisas. E uma outra: a pessoa.
Das quatro, detestar a pessoa é a que mais me surpreende. Porque tem a ver diretamente comigo. É pessoal. Uma diatribe que tenho. Sendo claro, evidente: você é uma linha, uma curva. Você é qualquer coisa. Quer rearranjar essa coisa que é você, mas não consegue. Pergunta-se: posso? Eu realmente posso modificar esse desenho feito de mim?
Todos acham: sim, você pode. Sequer levam em consideração o fracasso pessoal que carregam diariamente.
Preciso reler e pensar seriamente. Pensar nisso. No que está dito. Mas, como se trata de texto sem compromisso, rápido, feito exclusivamente pra internet e sem pretensões de se perpetuar no cânone ocidental, fico tranqüilo. Vou almoçar.
Antes, digo: estou lendo. Nem sei explicar direito. Novamente, recorro a Eco, que diz: fazemos listas porque não sabemos explicar as coisas. E cita como exemplo o caso dos cientistas que levaram 80 anos – quase a idade da minha avó – para definir um ornitorrinco – e não conseguiram. Como saída, listaram as características do animal: terrestre, aquático, põe ovos, mamífero.
Do que se depreende: mesmo as listas são incapazes de explicar o que quer que seja. No máximo, mostram um lado, mas nunca “o que é”. Para ele, “o que é” está errado. Devemos parar de procurar “o que é”. Constitui parte da filosofia escolástica, superada pelas ideias renascentistas.
Agora, preparo uma lista de compras. E uma outra, cujo objetivo verdadeiro é listar as coisas que precisam de listas.
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