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Mostrando postagens de julho 30, 2014

A vida é uma festa

Os amigos Alain, Charles, Ramon e D'Ardelo se reencontram numa Paris onde as filas para apreciar Chagall dobram a esquina e moças de saia e blusa curtas exibem o umbigo, o que sugere um deslocamento do centro erótico. Antes, pernas, coxas, bunda e seios. Agora, o indiferenciado orifício, o mesmo em qualquer mulher. Alain se pergunta, subitamente melancólico: "Como definir o erotismo de um homem (ou de uma época) que vê a sedução feminina concentrada no meio do corpo?" Quatorze anos depois, é assim, metaforizando a importância do umbigo no mundo, que Milan Kundera, 85, volta ao romance.  Em  A festa da insignificância , o escritor tcheco naturalizado francês explora um assunto já experimentado por Mario Vargas Llosa em  A civilização do espetáculo : a natureza rarefeita da cultura em nosso tempo e o aparente rodamoinho de trivialidades em que a sociedade se meteu, sem dar mostras, segundo os dois autores, de que poderá escapar tão cedo. No romance, lançado pe