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Mostrando postagens de agosto 7, 2014

Amizade

As quatro amigas estavam ali, sorriam, as quatro amigas vestiam preto e tinham, olha a coincidência, um busto dos grandes, acho que bustos dos grandes é mais certo gramaticalmente, as quatro amigas se conheceram naquela noite e já se tornaram as melhores amigas, as quatro amigas,  duas tinham casado e separado, passavam dos 35 anos, uma tinha 24 e namorava uma garota de 21 até o mês passado mas agora preferia estar sozinha e curtir a companhia das outras amigas, uma namorava firme havia cinco anos e até que se provasse o contrário era coisa pra casar, um bancário ou médico, um desses caras sérios que dão bons maridos, as quatro amigas mais ou menos fiéis umas às outras, menos uma delas, que tinha cintura fina e pernas bonitas, as três amigas invejavam as pernas da quarta amiga. Até que essa quarta amiga decidiu que já era hora de ir embora e disse que precisava acordar cedo pra trabalhar e vocês sabem como é, mas a verdade é que nenhuma das três amigas sabia de fato como é que era

Sem balançar a cabeça

Então foi lá e fez.  Sentiu algum alívio, mas depois ficou se perguntando puta merda, de novo? Essa sensação esquisita logo desapareceu.  A pertou alguns botões, registrou chamadas, atendeu ligações, almoçou, voltou, tomou o café e reviu documentos que vai precisar pra dar entrada na casa e os horários dos filmes no fim de semana, tem uma sessão vinte horas, acho que dá pra gente.  E foi aí que viu que o incômodo, antes presente como uma alergia, já não existia, então foi lá e fez de novo, lamentou de novo, perguntou-se novamente como podia, como tinha coragem, como jamais se arrependia mesmo, pra valer, mas desta vez parecia sentido de verdade, uma nuvem escura estacionada no rosto e as costas curvadas e essa mancha na alma que distingue o criminoso.  Até que, mal acordou, fez novamente, foi surpreendente porque desta vez não sentiu culpa, pelo contrário, até gostou de fazer. E na hora de dormir pensando que tudo é um pouco estranho, e é mesmo, concordou, sem balançar a c

E é como sempre começa

Você tem razão, o email é a nova carta e a antiga carta se perdeu no tempo, e o próprio tempo num tempo antigo que não volta mais. Vejam as formas de comunicar, como se transformaram, telefone, email, carta, celular, um dia a gente ainda escrevia email, agora tem o bate-papo instantâneo pra facilitar tudo, as mensagens etc. Eu não entendo nada disso, sou meio analógico ainda. O email é quase isso, quase desse mundo, escrever mais que cinco ou dez linhas hoje é uma perda de tempo, você parar e tal, agora vou escrever aqui, isso desapareceu. Pode ser, pode não ser. Eu tinha um amigo assim, lá e cá. Nunca decidia. Email ou carta? Não sei se concordo. Com o quê? Essa polarização, essa equiparação, email e carta, email ou carta, acho que ainda são universos muito separados, escrever, quer dizer, manuscrever e digitar, a carta ainda leva vantagem se a gente pensar no afeto depositado ali, e ninguém está realmente preocupado se a carta desapareceu. Só desapar