A dúvida: fazer planos ou não, estabelecer metas ou não? Simplesmente deixar correrem os dias, sem previamente demarcá-los com um asterisco na agenda, apontamentos que levem a tarefas programadas desde já? Ou adotar de vez um modo free style de vivência, desobrigado dessa coisa maçante que é cobrir os dias com pretensões e expectativas, arrumá-los na estante antes que cheguem? Adotar um meio termo, ou seja, inscrever como compromisso ou nota apenas o essencial, deixando margem para que o contingente se infiltre e eventualmente desorganize essa linearidade pressuposta? Mas não é da natureza do contingente essa capacidade de desmantelar estruturas coesas, tenham elas a feição que tiverem? Antes de decidir, quis revisitar as anotações do ano passado, mas não sei onde estão. Eu as perdi, certamente as perdi. Ou, pelo contrário, talvez as tenha cumprido estritamente e jogado fora, imprestáveis depois de executadas, vazias para qualquer uso, e agora não lembro de nada. Também posso tê-las
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)