O caminho errado é igualmente um caminho, só que errado. Conduz da mesma maneira, tem curvas e atravessa trechos de rios, estradas de ferro e plantações de milho, faz-se acompanhar da tediosa passagem do tempo, das horas, dos minutos, dos segundos e mesmo dos centésimos e dos milésimos. Como os demais caminhos, sua paisagem é farta de simbologia. Ao longo de toda a sua extensão, as placas se sucedem num belo desfile de setas e números, indícios velados, mas também expressos, de todas as regras que construímos para tentar regular a diversidade de estradas que há. O caminho errado também consome, também requer uma dose enganosa de esforço e, somente em alguns casos, recompensa a valer aqueles que se sentem à vontade palmilhando-o. Por ele já transitou uma centena de milhares de pessoas à procura de um fiapo que fosse de resposta, sem se preocupar, por um momento sequer, se o que acabavam de ganhar era algo que pudessem exibir com satisfação num almoço de domingo em casa. É verdade que