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Mostrando postagens de agosto 14, 2014

A vida aos sustos

Há pessoas de quem nos tornamos íntimos sem sermos de fato. É uma intimidade empírica, um lance meio cármico. Existe, e basta. Outras, entretanto, levam tempo e requerem esforço. Uma deliberada vontade de proximidade. E outras mais que, mesmo com toda a disposição, mantêm-se desafetadas. Longe, muradas, inacessíveis. A amizade é um comércio estranho de miudezas, gostos, desejos. No dia a dia, então, esse fluxo é mais frágil e intrincado do que parece.   Li em algum autor que a intimidade, que às vezes se confunde com amizade, é uma ilusão. Passamos tanto tempo ao lado de alguém, mas não sabemos de fato o que vai na cabeça de cada pessoa. O que cada uma enfrenta, o que esconde, o que carrega atrás da cortina de gente bem-sucedida e feliz que todos, em diferentes graus, se empenham em sustentar. Que demônios enfrenta no dia a dia. Ninguém repara nessas pequenezas. E não é apenas porque a gente se distrai com facilidade com o próprio umbigo, mais bonito e complexo. É porque essa muda