O que há? Há... O que é? É... Sabe explicar? Talvez... Tente, se esforce... Tento. Mas... Mas o quê? Não consegue? Sim... Não... Não? Sim... Não consigo. Não, eu consigo. Varia. De lugar? De pessoa também. E dói? Quase sempre. Já foi ao médico? Ele disse “Pare de ouvir tanto a mesma música”. Curiosamente, a Mariana falou a mesma coisa na semana passada. “Tu passa o dia inteiro ouvindo a mesma música.” Fingi que não era comigo. Mas era. É. Sempre é com a gente. Quase sempre. E sempre arranca pedaços. Invariavelmente. Quase nunca é apenas superfície. Quase.
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)