Amanhã o ano se encerra, então esta é uma crônica destinada a você, que se sente um abestado porque não vai a uma festa. Porque passará a virada do ano em casa sozinho ou acompanhado de poucas pessoas, e não na praia ou num cercadinho VIP no qual o coronavírus se sente intimidado e socialmente excluído. Afinal, não temos vacina, mas temos pulseirinha fosforescente, que é um acessório muito eficiente para manter distantes os indesejados e aqueles em desacordo com certos padrões de beleza e de dinheiro, embora tenha minhas dúvidas se isso funcionaria com um microrganismo que se transmite pelo ar e obstrui a respiração, levando à morte. Por isso eu gostaria de lhe dedicar umas poucas palavras de conforto. Por esse gesto sacrificial, de entrega e também de autopreservação. Gostaria de lhe dar um abraço e dizer que tudo isso há de ser recompensado em algum momento. Que o papel de trouxa que você se sente desempenhando agora terá uma alteração intempestiva antes do final dessa história na
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)