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Mostrando postagens de novembro 10, 2017

Férias

A filha dorme no colchão na sala. Sinto que está em paz quando, de repente, vira-se e sorri sem abrir os olhos. Às vezes faz isso quando chego do trabalho tarde da noite e lhe digo baixinho no ouvido: eu te amo. É noite de sexta-feira, quase sábado, as fotos e atualizações dos amigos dão conta de uma vida que acontece fora daqui, fora do mundo, noutro tempo que não este, mesas repletas, comida e bebida. Pela primeira vez não quero nada. Estou plenamente aqui.   Termino uma leitura, pauso antes de começar outra. Penso no dia, um acumulado de horas que resultaram em três ou quatro páginas escritas sobre uma escritora de que gosto muito. Passaria todo o tempo discutindo sua obra, suas personagens, suas criações. Detalhes, pormenores. Mas canso. Repasso em vista os livros sobre a mesa, as rotas, as dores e também as alegrias, mesmo as refeições começo a inspecionar mentalmente. Me esforço para lembrar do almoço de ontem. Então tenho esse ímpeto que nunca tive: anotar cada coi