Tudo muda rapidamente. O que estava ali já não está mais. Está aqui - mas agora é diferente. Porque houve deslocamento. No deslocamento, alteração, mudança, transmutação. Isso é básico. O que está havendo é mudança, deslocamento, alteração. Não sei de que natureza, espécie. Sei que é significativa. O que havia antes não há mais. E o que não havia, há – mas diferente. Ainda bem. Pode ser simplesmente a idade. Estou envelhecendo. Nem tudo tem tanta graça quando se olha pra trás. Nem tudo. A infância é um ponto luminoso. A adolescência, um borrão. A idade adulta, um hiato, salto sem volta, sem rede, sem resgate. Alguém me tira daqui? – não posso gritar. Como se diz: a gente vai indo. Segue. E para quando der vontade. Mas, curioso: às vezes deixa-se de ser algo quase que por mágica. Não se sabe a razão, mas a mudança, imperceptível, foi operada e, agora, converteu... Converteu um dado branco em vermelho, um telhado azul em muro cinza. Estou fazendo rodeio. Não sei atacar o assunto. Preciso