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Mostrando postagens de janeiro 4, 2013

Glória e derrocada de uma geração

Um argumento seria: jovens assumem provisoriamente o controle da fábrica da cidade. De pronto instalam-se no gabinete, no pátio, na casa de máquina, na administração, no vão de ferramentas, na sala de jogos e no lobby. Desejam não apenas transformar a fábrica, mas a vida das pessoas. Para tanto, elegem novos capatazes, sócios, gerentes, fiscais, operários e chefes de setores, além de estoquistas e controladores da qualidade dos novos artefatos que sairão das linhas de montagem, preservadas muito mais como ato de concessão a um passado que tinha lá as suas seduções do que como ferramenta produtiva. De posse das instalações da fábrica, antes um monstrengo cinza que poluía as ideias da cidade, infestando ruas e avenidas e recobrindo tudo com uma camada grossa e oleosa de má-vontade, agora os jovens se sentem no dever de proporcionar uma experiência diversa, sensível, um contato mais verdadeiro com o real, uma ponte concreta entre o passado de provincianismo e o boom

Desencontro de notáveis

R esumo da ata da reunião do Círculo do Pensamento (transferida de última hora do CSU de Messejana para o Cuca do São Cristóvão). Chegaram atrasados: 2, 85, 74 e 32478. Compareceram em horário e local previamente informados: 21, 65, 9852, 742, 9365, 587 e 7552. Faltaram: 325, 6998 e 745. O membro 745 chegaria sem explicações antes do fim do encontro e entraria na sala aparentemente transtornado. Após anotar em frenesi cada atitude e reação dos presentes, pôs-se de pé e foi embora, sem grandes nem pequenas explicações. O grupo ainda aguarda resposta que elucide a atitude intempestiva. Quanto aos demais, cada um deverá se responsabilizar pela conduta que assume. 5524 não deu certeza de sua participação, tampouco de como deseja ser tratado pelo grupo. Bisbilhoteiro, diletante, contra-regra, ajudante ou apenas um curioso que de tempos em tempos resolve colocar a cabeça para fora do buraco? De modo que, não sendo esperado, não entra oficialmente no Livro das Frequên

Não exatamente uma aventura

Publicado no jornal O Povo em 3/1/2013.  Então, como previsto, não foi exatamente uma aventura. A primeira parada no restaurante: fechado.  A segunda no café: fechado. A terceira no trailer de cachorro-quente: aberto. O que havia começado como esboço de um jantar com pretensões indisfarçavelmente românticas terminou se mostrando mais interessante ainda, principalmente ao se considerar que o carrinho de hot dog já é uma instituição local e dele ninguém tira essa áurea construída com muito suor, salsicha e milho verde.   Uma vez lá, portanto, descobre-se, sempre da maneira menos ortodoxa, por que o cearense é antes de tudo um forte, ou seja, um ser humano talhado para funcionar e funcionar bem sob quaisquer condições atmosféricas e de temperatura, não sendo preciso agora entrar no mérito da questão da higiene do carrinho nem de como o molho de tomate, a carne e vagamente a batata palha pareciam viscosos e amolecidos para um alimento pré-cozido preparado especialmente horas ante