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Mostrando postagens de outubro 5, 2013

Pista de dança

De tudo, fica a pergunta: é possível escrever fora do corpo?   Isso mesmo, o corpo de lado, num canto da sala ou guardado a sete chaves. O corpo à espera de que terminemos o serviço em prazo recorde, livres das imundícies, sorridentes e satisfeitos, senhores de pequenas vitórias domésticas. Afinal, o corpo é risco: circuito de caminhos que se atravessam, rotas desenhadas por mãos que sequer se adivinham. E risco, condição sem a qual viver não se distingue de acumular gordura para um inverno que jamais chegará. Um grafismo físico, marca, ranhura de pele; uma condição. É necessário haver corpo para estar à deriva. Um barquinho de isopor desgovernado, um drone de papel de seda, uma Curiosity cega para o que não é rocha alienígena, pequena astronave atravessando um cinturão de asteroides de mentira. Para tudo há precisão de corpo. Ou não?  É possível desembaçar-se dessa ampla camada cuja governança tanto amedronta? Sendo possível, é desejável? Receio que não, que en