É como se tudo se passasse à maneira de uma catarse, uma explosão ao cabo da qual expelimos esse conteúdo rejeitado, mas que é nosso. Está presente. O Brasil que rejeita Karol Conká tenta, de alguma maneira, reparar algo errado, mas o quê? O fato de que o processo se realize por meio do voto é uma dessas coincidências. Logo o voto, que se voltou contra o país na forma de um gestor inepto. Por isso a mobilização coletiva, as certezas em torno da ação, o desejo de que toda a operação se reveste. Tudo faz pensar em algo que poderia ter sido, mas não foi. Como se exercêssemos uma atividade e, por ela, consertássemos um gesto falhado, refizéssemos um erro, voltássemos no tempo e recuperássemos algo perdido. Não quero dizer que tentamos agora fazer o que não fizemos dois anos atrás, mas talvez, e apenas talvez, toda essa impotência e o acúmulo de derrotas, mais os dissabores atuais causados por um presidente mesquinho, tenham convergido de tal maneira que o que deveria ser apenas a saída de
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)