Continue, por favor. Não sei... Acho que chegamos num ponto ótimo. Não tenho certeza. Não mesmo. Nem eu. Apenas intuição, apenas um sentimento qualquer cuja natureza imprecisa é suficientemente precisa a ponto de querer dizer isto: pode ser. Condição inevitável, penso. Diria: única constante válida em todo universo. Concordamos. Novamente. Tenho gostado das coisas, do vento, do tempo, das noites, dos dias. Do corredor, dos travesseiros, da porta, da cortina vermelha, da mesa, do banheiro. Do canto do banheiro? Sim. E tenho gostado também das risadas, dos mingaus, dos almoços, das tardes passadas inteiras deitados na cama tomada por duas únicas almofadas velhas, sujas, listradas. Agora limpas. Inteiramente. Mas, quero saber: o que há? Nisso tudo, que há? Há tanto por vir. Tanto... Tenho gostado. Você disse. Disse coisas, coisas, coisas. Lembra? Lembro. Sim. Absolutamente. Quer que eu cante? Sempre quero. Estou pensando numa música. Por favor, espera. Encontrei. “O meu amor tem um jeito
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)