E um PS sobre o PS sobre o tópico não imediatamente anterior, mas quase isso. Um detalhe nunca é um detalhe, e isso é tão comum, fácil de falar, meio óbvio e tal, que fico com vergonha e admito essa vergonha com mais vergonha ainda, como numa onda que arrebenta sobre outra onda, dando numa terceira e numa quarta ondas agora indistintas, onde começa a primeira, onde termina a última onda, isso ninguém em sã consciência jamais dirá com toda a certeza. A vergonha é assim, o detalhe também. Ambos compõem quadros inteiros feitos de pequenas amostras de outras amostras tomadas de partes antes inteiras, totalidades que se desintegram para formar painéis maiores ou menores. Estátuas que se desmancham na esquina para recompor outra. Ia dizendo que o detalhe não é mero detalhe, mas, ao contrário, totalidade, ou seja, visão ampla de algo que o ultrapassa. Quando disse isso, o detalhe em questão relacionava-se a algo que julgava importante dizer antes de dormir e chegar o domingo, que ning
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)