Há dois
tipos:
Quando
a gente acha que tem o que dizer mas mesmo assim não quer ou pretende dizer o
que está para ser dito, mete-se a escrever e acaba dizendo por meio de
subterfúgios, que é uma maneira burra de falar, mas esperta se você não quer
que as pessoas entendam exatamente o que está sendo dito, apenas entrevejam.
E tem
essa outra maneira, que é basicamente não haver razão para dizer o que se vai
dizer, ir descobrindo no caminho e gostando do que descobre, dando feição de
coisa acabada, mas aí tudo se ilumina e o que parecia acabado ganha contornos
surpreendentemente, como diria, sinuosos.
Talvez
haja mais do que dois tipos, é bem provável que sim, todavia, por limitação
seja de inteligência, seja de tempo, as pessoas – eu, particularmente – tendo a
me concentrar em dois.
Duas situações arquetípicas. Ter e esconder e não ter e querer mostrar. Mas é bem provável que entre ambas esconda-se um mundo sobre o qual o máximo que sabemos é tão pequeno e insignificante quanto o que maioria de nós sabe sobre si mesma.