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Mostrando postagens de agosto 27, 2013

Desilusionismo

Li uma reportagem que chamou a minha atenção menos pela tragédia que apresentava ( pessoas morando nas ruas ), o que me envergonha, do que pela súbita curiosidade que a expressão “desilusão amorosa” despertou, piscando como uma luzinha frenética no painel de lugares-comuns.  A desilusão amorosa é o comportamento ou o efeito naturalmente daninhos, é a conclusão de um processo em que ao menos uma das partes, querendo ou não, coloca a viola no saco e vai em busca de outra coisa porque já não é possível conviver com esse outro cuja imagem se estilhaçou em mil e um pedaços e agora cada pedaço é diferente do conjunto harmonioso que resplandecia na cama às primeiras horas do dia. Nada ali é familiar, e o sentimento é de total desterro.  A desilusão é o fim da picada, e não custa lembrar que o fim da picada é o ponto derradeiro além do qual a mata é tão cerrada que os golpes de facão já não são capazes de abrir caminho.  Desiludir-se é estar além dessa fronteira e, portanto, des