Apenas ontem vi A alegria , de Felipe Bragança e Marina Meliande, uma profecia exibida em 2010, ano de Copa do Mundo, ano eleitoral. No filme há uma ou duas cenas marcantes pelo caráter antecipatório: uma delas é a revolta dos jovens portando cartazes e enfrentando a polícia com uma fúria exemplar três anos antes das manifestações contra o aumento da tarifa de transporte em SP e RJ, a reboque das quais sobreviriam todas as demais, pulverizadas e volatilizadas por um sentimento difuso de mudança, mas todas igualmente surpreendentes pela força que canalizavam – e carnavalizavam. A outra cena é a dos jovens mascarados reunidos na cozinha de um apartamento de classe média baixa após selarem um pacto – DILMA, os créditos, por favor! – no centro do qual está a promessa de que envelheceriam corajosos – ou, caso contrário, não envelheceriam. Um gesto de radicalidade tipicamente adolescente? Pergunta retórica? Piada? Uma preocupação genuína? Com que idade uma pessoa se torna c
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)