Convém pedir desculpas de muitas maneiras se se quer realmente ser desculpado hoje em dia. Primeiro, em muitos idiomas e dialetos. Depois, em fusos horários diferentes. Terceiro, em múltiplas plataformas. Quarto, a públicos diferentes. Quinto, sob avatares separados e criados especificamente para cada público. Sexto, de variadas formas, do poema tradicional ao haicai, passando pelo texto em prosa e finalmente chegando à mensagem de celular curta e repleta de emojis. Sétimo, em épocas diferentes do ano. Oitavo, nas muitas regiões do país no qual se pretende obter a desculpa. Nono, em bairros mais periféricos e mais centrais. Décimo, em libras. E por aí vai. A lista é interminável. Há muitos modos de se pedir desculpas, nenhum realmente eficiente. Eu, por exemplo, já me desculpei sendo evasivo, dizendo apenas: me desculpo, sem detalhar realmente pelo que me desculpava e a quem se destinava o pedido. Resultado: à falta inicial, cuja paga já era exorbitante, somou-se mais essa, fazendo m
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)