Meia noite e quinze, então já é domingo, esse dia estranho em que milhares – milhões – de pessoas têm de tomar uma decisão, por uma razão ou outra. Escolher um lado, um nome pra chamar de melhor ou pior, mas sempre em relação a outro nome. Logo, a outro grupo de eleitores, cujas motivações são igualmente legítimas e sinceras e honestas – presumidamente honestas – quanto as do primeiro grupo. Tudo isso em tese. Tudo isso em tese. Na prática, há sempre um veja bem, meu bem. Hoje não é diferente. Há razões pra tantos gostos estranhos, e às vezes o gosto normal esconde uma fruta podre. Como o hábito saudável, o corrupto. Há razões que nenhuma razão explica, disse Drummond ou foi Clarice Lispector ou alguém se passando por Drummond ou Clarice num perfil falso. Um mal-entendido que se desfaz com o Google. Voltando. Esse dia estranho. O voto. A certeza de que influencia no jogo, que decide, que contribui para formar esse quadro que se desenha algumas horas depois, votos
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)