Como vão todos? Todos? Estou navegando. Os mares recendem a qualquer coisa que não conheço, têm uma coloração estranha. Olho para os lados. Há medo, penso que vou naufragar. Estou certo disso. Mais dia, menos dia. Mas logo tudo passa. Logo vem a calmaria. A vida tem se dividido entre borrascas, tempestades, e ventos tranqüilos, que apenas assanham os cabelos e suavizam os humores. Até quando? Ninguém sabe. Nem mesmo eu sei até quando as paredes novas podem com o telhado velho. Não sei. Posso desmoronar. Posso ir até 20154. Mas posso também simplesmente dizer: não quero, e, cheio de angústia, cheio de temor e carregando um peito que vai na direção contrária, não querer.
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)