O que nos leva a pensar no heroísmo, em Seya, Daniel, o vingador do futuro, o truculento He-man, Bob, o solitário Logan, uma infinidade de personagens cuja marcha até a superação dos pequenos fracassos é marcada por muito sofrimento, quase abandono do ringue, revisão de princípios, apelo aos amigos, à família, cara no chão, dor, lágrima, o sentimento total e irreversível de que o mundo não foi feito pra gente. Até a chegada do herói sem nome, sereno, violento. Uma jornada e tanto: como Daniel, vindo de outra cidade, igualmente desconhecida, à procura de uma vida tranquila, o que fica pra trás é apenas uma intuição, corolário de violências anteriores. O herói sem nome agride com martelo, faca, o salto da bota de caubói, suja-se inteiramente com o sangue do oponente de rosto difuso, caminha lento, abre a porta do carro, engata a marcha de força e vai embora. Herói sem território, sem família, vítima da frouxidão dos vínculos. Mais um coração atordoado no mundo, barqu
HENRIQUE ARAÚJO (https://tinyletter.com/Oskarsays)