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Mostrando postagens de abril 3, 2014

Outra coisa

O resultado é que até hoje tenho dificuldade de nomear o que se passa quando, em pleno horário comercial, dou de cara com a suspensão da rotina. O susto de, às 14h27min, encontrar uma brecha no tempo, um respiro no maquinário das horas.  Como se acordássemos de tarde depois de uma soneca, certos de que o relógio havia girado as 12 horas e fosse outro dia, mas ainda é quarta-feira. Ainda é o mesmo dia. E então caminhássemos pela casa estranhando u ma cadeira, um programa na televisão, a voz do pai na cozinha.   Sempre me interessei por tudo que responde ao trabalho com uma lentidão própria. A identificação é automática. Acolho o deslocado e o enviesado como talvez uma mãe abraçasse o filho a quem faltasse norte, um filho cuja vida, sempre na corda bamba, ameaçasse desmoronar. Olhando pela janela da memória, vejo na distração da sala de aula o marco de um regime de extravio, de deambulação à luz do dia, de escapismo.  De lá para cá, à  mercê das tarefas copiadas no caderno de 12 ma