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Mostrando postagens de agosto 22, 2018

Salvar o bonsai

Era um sábado, talvez sexta. Não lembro. Passeei desinteressado entre vasos de plantas, apontando aqui e ali para uma que chamasse a atenção. Uma rosa, um lírio, uma orquídea.   Saí do quiosque na Praça das Flores com um bonsai na mão. Sempre quis um, talvez pela repercussão tardia e nunca totalmente afastada da lembrança de  Karatê Kid , mas também pela leitura de Bonsai , de Alejandro Zambra. Em casa deixei o vaso em cima de um móvel destinado originalmente a uma radiola e aos discos que ainda não temos. Houve protesto. Insisti. Vistosa e de um verde brilhoso, a copa miniaturizada curva-se à esquerda, como um topete que se derramasse à força do vento. Um caule único e tortuoso. Hoje sei que o trouxe comigo porque me pareceu uma proeza que uma planta se dobrasse tanto sem quebrar, mantendo-se em equilíbrio.  De uns tempos pra cá, no entanto, o bonsai deu pra murchar e ganhar uma tonalidade cinza. Pensei na fuligem, mudei de lugar. Continuou. Depois atribuí a um