Hoje resolvi escrever. Estou assim. Não sei do que se trata mesmo. Apenas que resolvi escrever.
Tivemos uma conversa na hora do almoço. Sentamos, pedimos algumas comidas e bebemos. Foi sério. Falamos do jornalismo. Bem, falamos bem.
Mas o mal-estar segue.
Uma boa notícia. Ganhamos o prêmio da Associação Cearense de Imprensa por um caderno publicado em 17 de agosto deste ano no jornal O Povo. Não foi na categoria Cultura, como era de se esperar, mas Cidades. Isso mesmo. Nosso caderno dos bairros – seis repórteres visitam bairros estranhos, exóticos e escrevem sobre eles numa perspectiva, digamos, humanizadora (porque não encontro outra palavra) – rendeu um prêmio de cinco mil reais dividido por seis. Menos os descontos.
Tudo subtraído, teremos um Natal recheado. Os panetones e champanhes e perus estão garantidos.
Vejam, jornalismo dá certo. Dá dinheiro. E ainda rende prêmios que nos põem todo prosa, felizes da vida. Agora podemos desfilar alegremente entre os círculos da cidade, acenar “Olá, we’re the champion” e seguir em frente, parar e seguir em frente, parar e seguir em frente até a cãibra no rosto ser imperdoável esteticamente falando e os outros passarem a achar que temos dor de barriga.
Até podemos ser outsiders. “Puxa, nem fomos receber o prêmio, cara!” Atitude descolada, crítica velada, humor fino, fino humor.
Dinheiro recebido, claro.
Quem é besta de recusar? Eu não. Disse logo, tenho três contas de energia esperando a dinheirama cair na conta. Claro que minto. Não deixo mais as contas atrasarem. Mas tenho outras coisas atrasadas aqui. Por exemplo? Faz tempo que não como sushi.
Sobretudo agora, com o inquilino da outra casa mudando-se e entregando as chaves às vésperas do Natal, vamos ter cortes bruscos no orçamento. Sabem, a mulher o deixou na última segunda-feira. Ele é garçom, como meu pai. Como meu pai, foi deixado pela mulher recentemente e precisa encontrar uma casa. Talvez os dois devessem morar juntos. Quem sabe trocar confidências. Afinal, meu pai tem alguma experiência nas duas áreas – mulheres e restaurantes. E ele é jovem o suficiente para repetir os mesmos erros por mais duas ou três vezes.
Ainda bem que ele não lê nada que não seja estritamente de seu interesse.
Tivemos uma conversa na hora do almoço. Sentamos, pedimos algumas comidas e bebemos. Foi sério. Falamos do jornalismo. Bem, falamos bem.
Mas o mal-estar segue.
Uma boa notícia. Ganhamos o prêmio da Associação Cearense de Imprensa por um caderno publicado em 17 de agosto deste ano no jornal O Povo. Não foi na categoria Cultura, como era de se esperar, mas Cidades. Isso mesmo. Nosso caderno dos bairros – seis repórteres visitam bairros estranhos, exóticos e escrevem sobre eles numa perspectiva, digamos, humanizadora (porque não encontro outra palavra) – rendeu um prêmio de cinco mil reais dividido por seis. Menos os descontos.
Tudo subtraído, teremos um Natal recheado. Os panetones e champanhes e perus estão garantidos.
Vejam, jornalismo dá certo. Dá dinheiro. E ainda rende prêmios que nos põem todo prosa, felizes da vida. Agora podemos desfilar alegremente entre os círculos da cidade, acenar “Olá, we’re the champion” e seguir em frente, parar e seguir em frente, parar e seguir em frente até a cãibra no rosto ser imperdoável esteticamente falando e os outros passarem a achar que temos dor de barriga.
Até podemos ser outsiders. “Puxa, nem fomos receber o prêmio, cara!” Atitude descolada, crítica velada, humor fino, fino humor.
Dinheiro recebido, claro.
Quem é besta de recusar? Eu não. Disse logo, tenho três contas de energia esperando a dinheirama cair na conta. Claro que minto. Não deixo mais as contas atrasarem. Mas tenho outras coisas atrasadas aqui. Por exemplo? Faz tempo que não como sushi.
Sobretudo agora, com o inquilino da outra casa mudando-se e entregando as chaves às vésperas do Natal, vamos ter cortes bruscos no orçamento. Sabem, a mulher o deixou na última segunda-feira. Ele é garçom, como meu pai. Como meu pai, foi deixado pela mulher recentemente e precisa encontrar uma casa. Talvez os dois devessem morar juntos. Quem sabe trocar confidências. Afinal, meu pai tem alguma experiência nas duas áreas – mulheres e restaurantes. E ele é jovem o suficiente para repetir os mesmos erros por mais duas ou três vezes.
Ainda bem que ele não lê nada que não seja estritamente de seu interesse.
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