
A maioria das pessoas está feliz. Outra parte (a porcentagem é ignorada) está triste ou apenas melancólica.
Há menos gente triste que feliz, dizem especialistas. Isso é algo a ser festejado, defendem os felizes.
Os tristes ou melancólicos deram de ombros para a pesquisa.
Conforme nota explicativa, “uma fração menor ainda do público pesquisado navega regiões intercambiáveis, zonas cinzentas que não comportam regramento pré-definido, não sendo considerada ideal para efeito de mensuração e análise”.
Especialmente nesse dia, as redes sociais recebem grande afluxo de pessoas.
É um alvoroço.
É também divertido.
Todos se mostram de alguma maneira.
Passear a tristeza ou a alegria desmedida é uma atividade que, em grande medida, equivale ao footing no parque, quando os citadinos importavam-se menos com a saúde do que com a vista alheia.
De lá para cá, pouca coisa mudou.
No domingo, muita gente fica na moita.
Ficar na moita é ficar vendo o que acontece, sem admitir grande interesse, mas, no fundo, visceralmente interessado.
Como terão percebido até aqui, publicar fotos de comida não diminui a tristeza.
Tampouco a fome.
Em alguns casos, dá-se o contrário: publicar fotos aumenta a fome.
Um estudo surpreendente de uma universidade inglesa mostra que 90% dos usuários da rede apenas consomem.
“O conteúdo é resultado dos esforços de uma minoria”, relatou o coordenador da instituição.
Com desembaraço, psicólogos atestam: o trabalho intenso afasta a tristeza.
Amanhã todos trabalhamos.
Uma porção de gente não lê nada no domingo.
Uma larga faixa prefere reclamar. O pouco espaço no varal do condomínio, o jogo, a programação da TV, muitos filmes dublados no cinema, o vinagrete etc.
Alguns até brigam, trocam tapas, gritam e se aborrecem por muitas razões.
No domingo a fome é um assunto com que não se brinca.
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