Mas talvez isso tudo não passe de
influência indireta e ainda mal digerida dos filmes do Malick, esses mesmos que
de tempos em tempos volto a assistir na tentativa de encontrar não qualquer
resposta, mas a resposta, essa que ilumina, sintetiza, condensa, alguma coisa
que não vi, algo que deixei escapar, uma senha, uma palavra-secreta, um sentido
qualquer que explique por que afinal de contas as coisas são como são.
Gosto de como soa atacarejo, de seu poder de instaurar desde o princípio um universo semântico/sintático próprio apenas a partir da ideia fusional que é aglutinar atacado e varejo, ou seja, macro e micro, universal e local, natureza e cultura e toda essa família de dualismos que atormentam o mundo ocidental desde Platão. Nada disso resiste ao atacarejo e sua capacidade de síntese, sua captura do “zeitgeist” não apenas cearense, mas global, numa amostra viva de que pintar sua aldeia é cantar o mundo – ou seria o contrário? Já não sei, perdido que fico diante do sem número de perspectivas e da enormidade contida na ressonância da palavra, que sempre me atraiu desde que a ouvi pela primeira vez, encantado como pirilampo perto da luz, dardejado por flechas de amor – para Barthes a amorosidade é também uma gramática, com suas regras e termos, suas orações subordinadas ou coordenadas, seus termos integrantes ou acessórios e por aí vai. Mas é quase certo que Barthes não conhecesse atacarejo,...