Estamos a poucos dias de vencer 2021, digo a mim mesmo, uma sentença pomposa, que sugere mudança não apenas numérica, mas qualitativa. A passagem, o salto etc.
São quatro segundas-feiras, calculo no celular. Ou 744 horas. Ou pouco mais de 44 mil minutos, o que parece grande coisa, mas não é. Ou não parece que é, mas é.
Último mês do segundo ano de pandemia, dezembro deu a entender que chegaria autorizando algum otimismo, mas logo veio a nova variante, e os festejos foram suspensos, e o carnaval de novo adiado.
Voltamos dez casas e estamos de novo em abril do ano passado, refazendo passos e retraçando planos. Não para agora. Suspendemos o que já estava em suspensão.
Passamos por 2021 como num susto, um ano que poderia ter sido encurtado por decreto, um plebiscito, uma ação coletiva ou enquete. Mas cá estamos, algumas varandas já ornamentadas, arranjos de flores e pisca-piscas repuxados em fachadas a lembrar de que o Natal é logo ali.
Tempo quente, faz calor a toda hora, durante o dia e também à noite, quando me refugio perto de alguma janela e espero o vento passar.
O vento custa a passar em dezembro, quase não há brisa. Dezembro de agonia.
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