Às vezes fico besta que tudo já exista, mesmo o inexistente, que o indigitado ou o “desdigitado” de pronto se anunciem se por acaso a gente erre o dedo no teclado e nele se escreva sozinha uma palavra qualquer, que julgávamos até então apenas erro.
Experimente vadiar nas letras, deitar a gosto a mão nas palavras soltas e depois esperar que o buscador encontre a referência. Estará lá, ainda que o tema pesquisado tenha sido obra de um objeto que caiu sem querer, um gato que passeou sobre a mesa de trabalho, um cotovelo que esbarrou.
Tudo já existe nesse lugar do desencontro.
Para cada erro, há um significado correto, uma noção que lemos, entre susto e fastio, porque esse excesso, longe de satisfação ou curiosidade, nos dá preguiça, tanto que não sigo adiante, resolvo ignorar o que não sei porque só assim preservo esse âmbito inexplorado.
Resolvo continuar não sabendo.
Mas tenho sempre ganas de fazer um teste mais científico, anotando resultados e cotejando experimentos, compartilhando descobertas e submetendo os achados ao escrutínio da comunidade científica. Afinal, de cada mil tentativas de pesquisar o que não existe, nenhuma resultou em algo não sabido, de tudo já se tem informação suficiente para artigo ou conversa de bar.
De modo que seria uma perda de tempo.
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