Converso com o tradutor, que me
fala sobre a verdade. As coisas que dizemos ou não dizemos.
Quero perguntar por onde anda a verdade na arte, como buscá-la, de que modo encontrá-la, mas aí já escapo do objetivo da entrevista, o lançamento de um livro clássico que agora ganha uma nova leitura.
Quero perguntar por onde anda a verdade na arte, como buscá-la, de que modo encontrá-la, mas aí já escapo do objetivo da entrevista, o lançamento de um livro clássico que agora ganha uma nova leitura.
O tradutor então cita uma
autora. Diz que ela entendia essa verdade sobre a qual estamos falando.
Mas não entendo. Agora mesmo, por
exemplo: se escrevo um punhado de frases, há verdade no que digo? Presumo que
sim. Estamos falando da mesma verdade, quero insistir no assunto mas a conversa
já se encerrou porque dispúnhamos de pouco tempo.
Por horas e horas eu
continuaria ali, desajeitado e sem entender que diabos de língua era aquela que
eu costumava falar.
O tradutor talvez não entenda
que essa verdade, uma verdade específica, é o bem mais precioso de quem se
atreve a escrever. Nem todos a encontram.
Depurá-la pode levar uma vida.
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