Às vezes é preciso ir bem mais
fundo pra encontrar qualquer coisa, sobretudo se estivermos escrevendo num bom
ritmo, empenhando nisso certo tempo mas não todo o tempo do mundo, entendem?
Então é preciso ir fundo, mas
não vagarosa e pacientemente, mas fundo de um jeito mais rápido, o que talvez
não seja uma boa maneira de ir a qualquer lugar.
Estou falando em tese, mas
poderia exemplificar com a ideia de um conto sobre o qual venho pensando e cuja
história já esbocei inúmeras vezes.
Todavia falta sempre algo, uma
coisa determinante, um estopim ou gatilho ou outro mecanismo que faça disparar
essa massa de energia sem nome acumulada durante tanto tempo.
O sentimento necessário ao
começo de uma história que exigirá certa dose de disposição para andar um pouco
e entrar nesse vão escuro ou excessivamente iluminado que está no fim de toda grande
busca.
A Grande Busca.
A Grande Busca.
E, uma vez nele, remexer um
bocado as coisas, tirar os móveis do lugar e reparar no arranjo de tudo, depois
sair de fininho para que o Monstro não perceba que outra pessoa andou por ali a
bisbilhotar sua vida.
Finalmente voltar e contar a
história que for possível contar.
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