O bonsai está morto, e nada se
salva.
É melhor enterrá-lo, mas suas raízes permanecem firmes no pequeno vaso
vermelho que trouxe da praça e instalei ao lado de uma estante de livros.
Ontem mesmo testei a saúde da
planta: chacoalhei o galho, a ver se parecia amolecido como as folhas já
murchas sugeriam, mas, pra minha surpresa, o tronco diminuto se revelou muito
rígido e em certa medida resistente.
Feito um morto que permanecesse
de pé muito tempo depois de morto.
Não tiro disso qualquer lição.
É apenas uma planta fincada num jarro qualquer decorando uma casa como tantas
outras, nem mais nem menos pobre ou infeliz do que as demais.
Embora a gente (eu) costume carregar nas tintas e fazer parecer que a tonalidade de uma luz que entra pela janela é mais intensa do que de fato é.
Embora a gente (eu) costume carregar nas tintas e fazer parecer que a tonalidade de uma luz que entra pela janela é mais intensa do que de fato é.
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