Há tempos não tenho notícias de
L, por onde anda, o que faz, se ainda fuma um cigarro atrás do outro quando a
pressão no trabalho aumenta.
Não sei o que L deseja, se corre na
praia às primeiras horas, se fez a nova tatuagem que disse que faria tão
logo reunisse coragem e dinheiro, se os filhos estão bem, se mandou realmente
aquela mensagem para alguém a quem repete com frequência odiar mas que no fundo
tenho certeza de que ama.
L desapareceu. É fantasma. Não a
mulher que conheci cinco anos atrás andando numa calçada da cidade. Não a
mulher que encontrei numa esquina parada sob essa luz amarela da rua, envolta
num halo de interrogação e desespero.
L esfumou-se, virou pó, onda,
maresia, essas substâncias vaporosas que escapam mal damos por elas.
L é invenção.
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