Sonhos que se tornaram
frequentes:
Mulher deitada de costas, rosto
encoberto, nádegas à mostra, fala baixinho algo que não entendo. Um convite ou
um gesto qualquer de repulsa?
Perseguição, tiros, morte.
Morri duas vezes na mesma noite, corria e não adiantava. Numa esquina, dois
homens perguntavam nome e profissão. É você, diziam. Disparavam. Sentia o corpo
dormente, os membros formigando, a cabeça tonteando. Nos sonhos morremos sem
morrer. Acordamos assustados depois. É o mais próximos que estamos do fim sem
de fato havermos chegado ao fim.
Noutra semana sonho que danço a
madrugada com uma mulher muito bonita que me pergunta se sei chegar andando até
a praia. Não quer ir de ônibus. Falo que é distante e o caminho, deserto. Ela
se recusa. Precisa ir a pé, do contrário não saberão que é ela. Pede que a
acompanhe, mas iremos sem sapatos ou sandálias. Descalço os pés. Estou na rua
novamente.
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