É como se desaprendesse.
Primeiro tomar a caneta, depois o papel, recitar
brevemente a lista de tarefas. Apenas para esquecê-las no primeiro instante. Uma
litania da solidão.
Então lembrar novamente, agora passando a
culpar-se. Afinal, está tudo atrasado, tudo em compasso acelerado, tudo que
corre e volta e torna a correr.
Tento. Como se friccionasse duas pedras molhadas na tentativa de produzir fogo.
Tento. Como se friccionasse duas pedras molhadas na tentativa de produzir fogo.
Nada de fagulha, nada de chama. Apenas o som
da pedra lascando-se contra a outra, o choque de uma superfície cuja solidez
ninguém coloca em dúvida.
Tenho inveja da pedra que não se move.
Comentários